A PALAVRA FINAL
Marcos Columbelli
para o Rodrigo, que me pediu uma boa história
Isso, assim. Abre a boca e nem pense em morder. Qualquer gracinha e você vai ter que suportar as conseqüências. Agora engole gostoso, deixa ele bem molhadinho, trabalha essa língua ao redor da cabeça. É melhor não resistir, é um caminho sem volta. Você pediu, e agora está recebendo o troco. Fecha o olhos e sente ele crescendo dentro de você, roçando a tua garganta, cheio de desejo. Ele está duro assim só por tua causa, já que eu nunca imaginei que um dia ia ver esse seu rosto bonito de macho sendo penetrado por mim, veja só, justo por mim, um cara que você sempre desprezou. Um cara que sempre desejou ter você e que agora é o seu mestre. Isso, deixa que eu vou guiando a sua boca, controlando as suas escolhas.
Você não lembra, cara, mas eu nunca esqueci o primeiro dia de aula, quando você entrou na sala de aula dentro do uniforme que mal conseguia conter os teus músculos. Eu não conseguia entender como um cara de apenas dezesseis anos, um ano mais velho que eu, podia ser tão forte e desenvolvido enquanto eu lutava para conseguir ganhar algum peso. Eu sempre fui fraco, frágil, a chacota da turma. No primário, era o saco de pancadas. Aqui na Escola Preparatória, por sorte a violência era mais contida, podia dar cadeia e expulsão, mas eu continuei sendo agredido com palavras e olhares. Parecia que todo mundo via escrito no meu rosto o que eu era por dentro, e que aquilo era um motivo para eu não ser respeitado. Você, no primeiro dia de aula do primeiro ano, nem se deu conta da minha presença. Mas depois, foi se juntar com o resto da turma nas piadas sem graça sobre a minha masculinidade.
E eu idolatrava você, em segredo. As aulas de Educação Física eram uma tortura: você sem camisa, exercitando-se com os pesos, os músculos retesados e o 'short' curtinho que me permitia antever o paraíso. Eu nunca tinha visto você nu, mas adivinhava cada detalhe do seu corpo. O volume entre as suas pernas ficava ainda mais ressaltado no uniforme de Ordem Unida. E eu passei muitas madrugadas no banheiro, escondido em um dos reservados, entregue ao prazer solitário de acariciar meu próprio corpo imaginando como seria sentir os seus músculos roçando em minha pele. Foi muito leite derramado pensando no seu toque e na sua voz dando ordens ao pé do ouvido...
Fraco, magro, sem grandes atrativos, eu era destaque apenas nos estudos, dedicação que foi surgindo pela vontade de me controlar e esquecer a sua presença duas carteiras à minha frente. Se descobrissem que eu desejava um colega de farda, era expulsão e vexame, coisas que destruiriam a minha vida e a de meus pais. Eu estudava, enfiava os olhos nos livros e as notas altas foram surgindo. Cada dez que eu tirava era motivo de mais zombaria, mas também me davam certa ascendência intelectual que me protegia das agressões. Mas nunca me deram a oportunidade de me pronunciar, a palavra final era sempre sua, o mais forte e bonito do grupo de cadetes mais populares. Eu queria mesmo era sentir o sabor da tua nuca, ter seus olhos azuis mergulhados nos meus, seus cabelos negros entre os meus dedos. Como não tiha nada disso, disfarçava meu desejo estudando. Até o dia em que eu descobri que não estava sozinho nessa.
O Camilo era chamado até pelos veteranos de "Camilinho". Era um apelido curioso para um rapaz de quase dois metros de altura, mas tímido como uma menininha. Era pacífico, nunca vi Camilinho agredir ninguém, uma moça, diziam. Pois na véspera das provas do terceiro trimestre eu vi, no estudo obrigatório, o Camilinho olhando fixamente para você. Eu conseguia disfarçar meu interesse no seu corpo de atleta, mas o Camilinho era péssimo nisso: da última fileira, eu via o Camilinho de olhos grudados em você e uma mão acariciando disfarçadamente o entumescimento que descia por dentro da calça, pela coxa esquerda. Era enorme em tudo, o Camilinho. Eu não conseguia tirar os olhos do espetáculo e Camilinho viu que eu tinha percebido todo o cenário. Parou rapidamente de se bolinar e voltou aos livros. Eu vi que a mão dele tremia e pedi para falar com ele depois do estudo obrigatório. Você acredita que ele quase chorou, com medo de que você descobrisse? Eu abri o jogo com ele e por isso é que eu e Camilinho nos tornamos os melhores amigos.
E você desdenhava da nossa amizade, era um dos caras que ficavam insinuando que eu e Camilinho fazíamos um "intercâmbio" que ia além das disciplinas escolares. Que ironia, eu e Camilinho éramos apaixonados por você, mas nunca tivemos nada entre nós. Na verdade, foi um alívio para mim e para ele descobrir que não éramos os únicos a desejar outros rapazes, foi isso que nos uniu. Isso e a sorte de termos presenciado a sua cena patética no banheiro, ontem de madrugada...
Camilinho e eu temos o hábito de estudar até tarde da noite desde que ficamos amigos, ainda no primeiro ano. Estamos estudando para o vestibular, não queremos ir para a Academia como você e seus amigos idiotas, por isso é que ontem chegamos no alojamento depois das duas. Tiramos o uniforme, pegamos nossas toalhas e fomos para o nosso banho antes de dormir. Adorávamos o momento, aproveitávamos para conversar e, por que não dizer isso para você agora, olhar para o corpo um do outro. Aconteceu algumas vezes de nos masturbarmos sob o chuveiro, um observando o outro, sem nos tocarmos. Era excitante dividir isso com um amigo. Mas nunca nos tocamos nem fizemos o que você fez ontem. Confesso que foi uma surpresa maravilhosa ver você naquela situação.
Lembra que desde o final do segundo ano você e seus colegas começaram uma campanha difamatória, dizendo que eu e Camilinho somos amantes? Nossa masculinidade sempre foi questionada por você, pois aí é que está a delícia de ter encontrado você tomando banho em plena madrugada, o banheiro quase às escuras, bolinando-se com um vidro de xampu... Tão másculo, cheio de orgulho heterossexual, condenando qualquer um que não pudesse enfrentar você numa briga corporal e ali, no chuveiro, sentindo emoções novas usando o vidro de xampu para explorar as partes que seus colegas jamais imaginariam tocar... Eu e Camilinho prendemos a respiração e ficamos admirando o espetáculo em silêncio, pois era muito gostoso ver você nu, acariciando-se com uma mão, deflorando-se com a outra... O plantão do alojamento chegou por trás de nós - eles sempre apareciam durante nossos banhos noturnos, talvez esperando ver acontecer entre nós o que nunca rolou de verdade. E o plantão viu, de relance, o mesmo espetáculo que nós assistíamos calados. E que maravilha ver a sua cara de espanto quando se deu conta que nós três estávamos vendo, muito claramente, o jeito como você estava buscando o prazer solitário...
Você tentou disfarçar, negar, discutir. Mas o plantão viu, um dos seus colegas, ele tinha a certeza do que tinha presenciado. Você implorou para que nós não falássemos nada para ninguém. Eu e Camilinho sorrimos, o plantão falou que ia espalhar a história. Você mirou-nos com seus olhos azuis e eu tive a grande idéia - tudo bem, de nossa parte não vamos falar nada, mas precisamos conversar em particular sobre as agressões... Você prometeu que nunca mais ia falar mal da gente, mas queríamos mais que isso. Afinal, eu e Camilinho merecíamos um prêmio melhor por convencer o plantão do alojamento a abafar o caso, sob a ameaça de que nós dois inverteríamos a história e diríamos que ele, o plantão, é quem estava naquela vexatória posição de cócoras, no banheiro, sendo servido por um vidro de xampu... Só assim mesmo é que a gente conseguiria convencer você a vir com nós dois até a sala do Grêmio de Xadrez em plena madrugada.
Por isso, meu lindo, engole bem gostoso, sobe e desce nele com a tua boca molhada e a língua quente, enquanto o Camilinho vai te dar um pouco de sensações fortes com um membro de verdade te invadindo... Essa sua carinha bonita fica ainda mais gostosa servindo um outro macho. Que gostoso ver a sua expressão de surpresa quando a gente falou que não ia ficar calado coisa nenhuma... Que a gente só ia guardar a história se você tirasse a roupa e nos servisse... Você reclamou, com essa mesma boca que agora está cheia com o meu pênis duro como rocha... "Eu não gosto disso, cara! Quebra meu galho! Eu nunca fiz uma porra dessas!" e coisa do gênero - e daí o Camilinho, o meu tímido amigo, lembrou do xampu enfiado em você e foi logo mandando você tirar a roupa... Cara, como você é gostoso... Teu corpo é realmente tudo o que eu sempre imaginei: forte, bem desenhado, pêlos que descem negros e sedosos desde o peito musculoso até o sexo enorme e grosso... Que delícia ver você excitado apenas por tirar a própria roupa, mesmo com todo o medo que tinha no rosto... Você é mesmo um deus do sexo, exala tesão por todos os poros... Ai, que gostoso, isso, chupa mais, você vai acabar se acostumando com o gosto do meu membro na sua boca...
No fundo, eu sei que você gosta. Você ficou totalmente excitado quando eu e Camilo tiramos a roupa e começamos a te abraçar e acariciar. Camilinho é um vulcão, nunca imaginei que ele se liberaria da timidez e atacaria você com tanta voracidade. Eu quase gozei ao ver como ele lambia a tua orelha, sussurando elogios enquanto acariciava o teu peito e grudava o corpo nas tuas costas... Eu vi que ele começou um vaivém nas tuas coxas e tive que ajoelhar para ver de perto os dois homens da minha vida desfrutando daquele momento... Foi quando você fechou os olhos e começou a gemer baixinho, pedindo para a gente parar com aquilo, para a gente desistir... E daí você me chutou quando eu só queria acariciar o teu membro. Eu não tenho culpa nenhuma se a sua rebeldia fez com que o Camilinho se tornasse violento.
Agora é melhor você se render. Você está gostando de sentir o Camilo roçando o pau na tua bunda, eu vejo isso... E eu sinto que a tua boca já está feliz por servir esse seu macho aqui. então, chupa gostoso, aproveita, você vai poder se enganar depois de dizer para você mesmo que foi forçado por nós dois... A verdade é que nós demos para você a chance de experimentar o que o medo não permitia... Isso, gostoso, eu vou te mostrar com as minhas mãos qual é o ritmo certo para me presentear com uma chupada perfeita enquanto o Camilo se prepara para penetrar você como se deve...
Eu vou segurar bem firme a sua cabeça agora, mas é apenas para você não chamar a atenção de ninguém com o seu grito. O Camilo é grande em todos os sentidos, mas a dor passa e vira prazer, eu prometo. Isso, meu amor, grita gostoso com meu pau na sua boca... Ninguém vai ouvir você, pode chorar, dói muito? Eu confesso que está muito gostoso assistir daqui o Camilo comendo você com vontade enquanto eu me satisfaço com a sua saliva quente. Isso, melhor relaxar e deixar o Camilo te fazer sentir o que é ser deflorado de verdade... Relaxa, não chora, aproveita...
Descansa um pouco essa boca linda. Não queremos te cansar. O Camilo que eu também dê para você um pouco do que o xampu não foi capaz... Será que eu mereço? Vem aqui comigo, não reclama, é tarde demais... Senta aqui, isso, gostoso, de frente para mim... Deixa que o Camilo guia você, ajuda no seu movimento de sobe-e-desce enquanto eu me delicio olhando esses seus belos olhos azuis... Quem sabe você não dá uma mãozinha para o Camilo, isso, segura gostoso e mexe nele para a frente e para trás... Não é bom sentir meu membro dentro de você e o Camilo quase gozando por conta dos carinhos da sua mão no pau dele? Melhor ainda é ver o seu pau duro como uma rocha enquanto serve de "mulherzinha" aos dois humilhados fracotes da sua turma...
Sim, somos rapazes que amam outros rapazes que não gostam de homens. Sempre amamos você, dedicamos boa parte de nossos sonhos eróticos a você, já era hora de termos uma retrubuição... E eu estou prestes a te dar todo o meu amor, explodindo dentro de você, agora, ah, quase, isso, chupa o Camilinho e me diz, ah, enquanto gozo dentro de você, meu lindo e musculoso idiota: quem é que tem a palavra final nessa história?
Marcos Columbelli
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2 comments:
Valeu pela divulgação!
Diferente. É real, isso?
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